08 setembro 2010

"Pobreza pega. Pega. Pega como sarna. Pega como um vírus. Entra pela pele, pela respiração. Eu controlo a minha respiração. Eu prendo meu ar sem querer. Sem querer. Não toco em nada pra não me contagiar. Nada. Nos biscoitinhos. Os biscoitinhos daquela pobre diaba daquela empregada. São letais. Letais. Resistentes a qualquer antídoto. Eu não sei como não morri. E a minha doce bisneta tão frágil, tão delicada come aquilo. Come aquilo." (Bia Falcão - Belíssima 2005)

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